"Jamais cometeria um troço desses", diz Júlio Campos
Parece roteiro de filme, mas está tudo lá no Inquérito 3162. O
deputado Júlio Campos (DEM-MT), que governou o Mato Grosso entre 1983 e
1986, é acusado de ter mandado matar o empresário Antônio Ribeiro Filho e
o geólogo Nicolau Ladislau Ervin Haraly, assassinados no litoral
paulista em 2004. Segundo a denúncia, Júlio pretendia ocultar a
transferência da fazenda do empresário para dois laranjas seus. “Ninguém
que me conhece acredita nessa possível hipótese. Jamais cometeria um
troço desses”, rechaçou ele em entrevista ao Congresso em Foco em 2011.
A defesa nega que os dois funcionários do deputado fossem laranjas,
mas confirma que eles emprestaram os nomes para a fazenda ser
transferida de Antônio Ribeiro para Júlio, por uma questão contábil e
fiscal. Há cinco anos o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, pela
execução do crime, seis pessoas, que recorrem da decisão em liberdade.
O TJSP não examinou o caso de Júlio. Na época, ele era conselheiro do
Tribunal de Contas do Mato Grosso e só podia ser julgado pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Como se elegeu deputado, o caso veio para o
STF. O deputado também é alvo de inquérito (3290) por crimes eleitorais.
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