Televisão
Dez motivos para odiar o 'Big Brother Brasil'
Os clichês de Bial, o excesso de ações de
merchandising e o narcisismo dos participantes fazem do reality show um
dos programas mais irritantes da TV
Pedro Bial no 'BBB12'
( TV Globo/Frederico Rozário)
A 12ª edição do
Big Brother Brasil chega ao fim nesta
quinta-feira. Além da definição do novo milionário coroado pelo
programa, a final traz também o alívio para muitos telespectadores que
não fazem a mínima questão de "dar aquela espiadinha". São muitos os
motivos que inspiram a formação de um grupo que não torce para nenhum
participante, mas sim para que o
BBB acabe mais cedo do que o previsto.
Os discursos indecifráveis de Pedro Bial somados às ações excessivas de
merchandising e os gritos de "uhuu", que dominam o programa, são apenas
alguns dos elementos que fazem parte da longa lista de motivos para
odiar o
BBB. Outras explicações são a hegemonia das mulheres siliconadas e as personalidades narcisistas que povoam a casa.
Mulheres siliconadas
Nesta edição, das oito mulheres confinadas, cinco ostentaram seios
siliconados. A comissão de frente avantajada, além de chamar ainda mais
atenção para as moças em seus biquínis, aumenta as chances de receber um
cachê gordo para posar numa revista masculina após a eliminação.
Shows ruins
O
BBB acumula, a cada edição, atrações musicais piores do que
as outras. Numa tentativa de animar a casa, esta edição teve
apresentações de Luan Santana e Michel Teló. Os confinados não escaparam
do efeito devastador das músicas e passaram dias repetindo refrãos como
Ei, Psiu! Beijo me Liga e
Ai, Se Eu Te Pego.
Rebolado
Entra e sai edição, mas em todas elas o tal do rebolado está sempre
presente. Ele demora para aparecer, mas basta a primeira festa acontecer
para as mulheres o colocarem em prática.
Uhuu!!
Brindes, comemoração, festas. Muitas são as ocasiões, mas o modo de
expressar a euforia é sempre o mesmo. Basta um brother começar com o
grunhido que é seguido por todos os demais. O comportamento transporta
os moradores da casa montada no Projac diretamente para a era dos homens
da caverna.
Discursos de Pedro Bial
É quase uma incoerência. A direção do
Big Brother Brasil tem
como pré-requisito, na escolha dos participantes, que as pessoas estejam
mais interessadas em aparecer do que em pensar. Apesar disso, escala um
apresentador interessado em exibir sua erudição e sapiência diante das
câmeras. A tentativa de Bial de promover algum tipo de reflexão ao citar
frases de escritores e filósofos nunca dá certo. Confinados e público
quase sempre terminam de olhos arregalados, como se tivessem diante de
um discurso chinês. Melhor seria incluir no kit confinamento exemplares
do
Guia Prático Para Entender o que Pedro Bial Quer Dizer.
Participantes narcisistas
Almejar ser participante de um reality show é o mesmo que ter um desejo intenso de aparecer. O elenco do
Big Brother Brasil reúne
a nata evolutiva dessa espécie narcisista e viciada em seu reflexo no
espelho. O fato de a casa cenográfica ser coberta de espelhos, que
escondem as câmeras, permite que os participantes deem máxima vazão a
esse impulso. Isso explica fenômenos como as manhãs em que Laisa já
acordava com a corda toda e dançava com o traseiro empinado em direção
às câmeras. Ou, então, os momentos em que muitos se entretêm sozinhos,
em discussões consigo mesmos.
Excesso de merchandising
As ações de merchandising na TV nunca são sutis, mas quando realizadas no
Big Brother Brasil assumem
proporções irritantes. As provas são criadas mais para mostrar as
marcas dos anunciantes do que para testar os participantes. Disso
resultam situações embaraçosas, como uma prova em que os 16
participantes foram obrigados a se enfiar dentro de um carro.
Onipresença de Ana Maria Braga
Os brothers até tentam esboçar um ar de surpresa ao dar de cara com a
apresentadora Ana Maria Braga no jardim do confinamento, mas a visita é
tão inesperada quanto os discursos enigmáticos de Pedro Bial a cada
eliminação. Como o programa
Mais Você é exibido de manhã, a brincadeira é sempre a mesma. Ela entra na casa e solta seu indefectível bordão: “Acorda, menina!”
Cordialidade na votação
A desculpa é sempre a mesma, a tal da falta de afinidade. Para não
criticar os desafetos no confessionário, e talvez atrair a antipatia do
público, os brothers abusam da cordialidade na hora de mandar alguém
para o paredão. A recusa em apontar os defeitos dos outros transforma o
jogo em algo monótono.
Celeiro de subcelebridades
Uma vez ex-BBB, para sempre ex-BBB. A cada ano o
Big Brother Brasil
despeja nas ruas do Rio de Janeiro uma quantidade de subcelebridades
muito maior do que o mercado de publicidade e participação em festas é
capaz de absorver. O resultado são pessoas em crise de abstinência que
fazem qualquer negócio para voltar a ser o centro das atenções.
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