247 – O ex-governador José Serra fez que foi mas acabou ficando. A dúvida agora é saber para ser candidato a que posto em 2014. Presença aguardada na convenção nacional do PSDB em Brasília, no final de semana, o tucano apareceu e não decepcionou, sem disparar suas farpas na direção do senador Aécio Neves, eleito presidente do partido e, assim, com sua pré-candidatura à Presidência da República já consolidada na agremiação.
Serra, que já avisou que sempre teve cargos públicos e irá buscar mais um, tem como primeira alternativa concorrer ao Senado Federal. A única vaga que vai estar em disputa é a que pertence hoje ao senador Eduardo Suplicy, que o PT quer rifar antes de ir às ruas mais uma vez. Suplicy cumpre seu terceiro mandato consecutivo. Nas outras duas vagas, o tucano Aloysio Nunes, maior parceiro de Serra dentro do PSDB, e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, não terão seus cargos em disputa. Com o PT escolhendo um candidato novo, e os tucanos concentrados em seu candidato, Serra, com todo o seu recall de eleições passadas, teria uma forte chance.
Mas ele quer? Depois de ter provado o governo de São Paulo, o ex-governador poderia tentar atrapalhar os planos de reeleição do governador Geraldo Alckmin. Mas isso não será fácil. Por suas próprias articulações, e com secretários como José Anibal, da Energia, atuando fortemente dentro do partido, Alckmin se precaveu. Ele comandou os processos de renovações das direções partidárias e não deixou nenhum espaço para serristas nas cúpulas dos diretórios. Serra nunca esteve tão fraco no PSDB paulista
Uma terceira alternativa que se apresenta também não depende de sua própria vontade. Serra não declara, mas nem o filhote mais tenro de tucano duvida de suas pretensões de voltar a concorrer à Presidência da República, pela terceira vez. Para tanto, terá de contar com a desistência de Aécio, que se voltaria, no próximo ano, para disputar o governo de Minas Gerais, caso não veja condições ideais para enfrentar a presidente Dilma Rousseff. As chances de isso acontecer são cada vez mais próximas a zero, mas a esperança, para Serra, é a última que morre.
O desembarque de Serra da nave tucana se mostrou mais complicado do que parecia, em razão da oposição, feita por maioria, do Congresso em relação à criação de novos partidos. Essa situação foi parar no STF, com liminar do ministro Gilmar Mendes, mas deverá ser derrubada quando for analisada pelo plenário. Mesmo assim, o sonho de formação do MD – Mobilização Democrática –, para apoiar uma eventual candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e com Serra como candidato a governador de São Paulo, se mostra bem mais distante de se concretizar do que se via quatro semanas atrás.
Já que está ficando no partido, Serra deverá continuar quieto nos próximos momentos, batendo no governo federal, claro, mas fazendo um jogo de espera para ver mais nitidamente o que pode sobrar para fazer. Ele topa tudo por um cargo de novo, como já declarou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário