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quinta-feira, 2 de maio de 2013


A cada dia que passa mais fatos e textos são divulgados dos ex-prefeitos e agora deputados das cidades de nossa região, abaixo uma transcrição de matéria vinculada no Diário WEB.

Deputado tinha ligação íntima com chefe da máfia



Escutas revelam que Itamar Borges pedia e fazia favores ao empresário Olívio Scamatti

As escutas telefônicas registradas na operação Fratelli revelam uma ligação íntima entre o deputado estadual Itamar Borges (PMDB) e o chefe da Máfia do Asfalto, Olívio Scamatti - dono da Demop. As muitas conversas entre ambos mostram que o deputado pedia e prestava favores a Olívio, como interceder junto a prefeitos para resolver problemas da empreiteira. O deputado pede até emprego a um aliado para o chefão da máfia. “Itamar quer que Olívio ponha Lucas para trabalhar com ele por uma ajuda de custo para abrir portas em Bebedouro”, consta em trecho do grampo feito pela PF. 

Itamar também pede ajuda ao empresário para resolver o problema de um casal com dificuldade no financiamento de uma casa construída pelo Grupo Scamatti. A mulher seria filha do chefe de gabinete em São Caetano do Sul, que é citado como um “importante soldado”. Diante do pedido do parlamentar, Olívio pede que a moça entre em contato com a cunhada dele em Santa Fé do Sul - base eleitoral de Itamar - para resolver a questão. 

Lobby 

Em outra interceptação feito pela Polícia Federal, no dia 14 de janeiro deste ano, Itamar informa a Olívio que “já resolveu o problema de Cardoso” e “diz que vai resolver de Palestina pessoalmente na sexta-feira.” Em Palestina, relatório do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Rio Preto registrou o suposto pagamento de propina no valor de R$ 30 mil, que teria sido destinado ao prefeito Fernando Luiz Semedo (PP), em troca da assinatura da aprovação de um projeto de loteamento do Grupo Scamatti. O prefeito nega a acusação. 

“Ainda em 15/01/2013, no áudio de índice 29120443, Olívio e o deputado estadual Itamar Borges conversam novamente sobre a aprovação do desdobro dos terrenos em Palestina. O deputado Itamar Borges informa o telefone do engenheiro da prefeitura de Palestina, de nome Carvalho, e pede que Olívio entre em contato com o mesmo e já agende um encontro com o prefeito, pois é ele quem vai cuidar do assunto”, consta em trecho do relatório do Ministério Público. 

Itamar pede na ligação que alguém ligado ao Grupo Scamatti ir conversar com o prefeito “Nandão”. O deputado estadual pediu para Olívio que se ele for “trabalhar a questão federal lá é para inserí-lo na conversa para o prefeito ver que está trabalhando no sentido de ajudá-lo”. Em maio de 2010, quando ainda não exercia cargo na Assembleia, o então ex-prefeito de Santa Fé do Sul já fazia favores a Olívio. Ele é citado em outro grampo informando o empresário que ele esqueceu um envelope com edital. “Olívio pede para deixar na portaria do DER em São Paulo”. 

Em outra ligação Itamar informa que uma pessoa está indo para Santa Fé do Sul e sugere que ela poderia deixar o envelope na base da Polícia Rodoviária de Votuporanga. Outra escuta que revela a intimidade do deputado com o empresário é uma chamada em que Itamar liga para o empresário e o chama de “Carlão”, numa referência ao colega Carlos Pignatari (PSDB), apontado por testemunha como verdadeiro dono das empresas do grupo Scamatti. 

Itamar admite amizade 

O deputado estadual Itamar Borges (PMDB) admitiu “conhecer o empresário Olívio Scamatti por ser morador e possuir empreendimentos em diversas cidades da região” de Rio Preto. Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, Itamar disse que “com relação aos fatos narrados na notícia, o deputado reitera que o empresário entrou em contato com ele para solicitar emendas parlamentares para ajudar uma entidade filantrópica de Votuporanga, chamada Recanto Tia Marlene e indicou recursos para a referida instituição. 

Da mesma forma, o empresário, assim como outras pessoas, solicitou ajuda para a Santa Casa da cidade e o parlamentar também destinou recursos para ajudar aquela entidade”, afirmou. Itamar disse ainda que não teve acesso às interceptações feitas pela Polícia Federal e também não se recorda do teor dos telefonemas citados, mesmo porque se tratam de “frases soltas e incompletas”. 

Carlão também envolvido 

O deputado estadual Itamar Borges (PMDB) é o segundo parlamentar da região de Rio Preto que é flagrado nos grampos telefônicos da operação Fratelli. O outro é Carlão Pignatari (PSDB), que foi apontado por uma testemunha protegida do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) como sendo sócio oculto da empresa Demop, acusada de fraudar licitações. 

Tanto Itamar quanto Carlão negam qualquer irregularidade. Em uma das ligações Itamar provoca Olívio Scamatti: “Carlão?”. Em seguida, ele cai na risada. Carlão cobrou publicamente explicações do peemedebista com quem disse não manter relação de amizade. Numa das interceptações ao telefone de Olívio Scamatti, sua secretária diz que uma assessora do deputado Itamar Borges telefonou e disse que o peemedebista tem uma emenda parlamentar para ser liberada, mas perguntou se o empresário poderia esperar. 

Em outro trecho, Olívio e Itamar combinam de marcar um encontro em Rio Preto para reunião com o prefeito Valdomiro Lopes (PSB). Além dos deputados estaduais da região, outros parlamentares estaduais e federais são citados, como Edson Aparecido (PSDB), Cândido Vaccarezza (PT), Roque Barbieri (PTB) e José Mentor (PT). Numa das interceptações, uma assessora de Vaccarezza pede que Olívio empreste seu avião para que o petista faça uma viagem pelo interior de São Paulo. 

Patrimônio 

Segundo as escutas da Polícia Federal e do Gaeco os Scamatti comemoravam entre si os altos lucros obtidos a partir de contratos públicos. Numa das conversas, Pedro Scamatti liga para Olívio. “Parece empolgado com os lucros obtidos. Fala entre R$ 11,5 milhões e R$ 12,5 milhões de rentabilidade.” As investigações mostram que o grupo gostava de luxo. Foram apreendidos na Operação Fratelli lancha equipada com motor de 300 HP, avião, além de motos e carros de alto padrão, como BMW 320. 

A Operação Fratelli foi desencadeada há três semanas e desbaratou esquema de fraude em licitação para asfalto em pelo menos 78 cidades da região de Rio Preto. Das 13 pessoas presas inicialmente, só Olívio continua recolhido no CDP de Rio Preto. Segundo as investigações, o esquema de fraudes pode ter superado a casa do R$ 1 bilhão.






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