Secretária de Agricultura participa de cerimônia que premia jalesense empreendedora
· Secretaria de Comunicação e Sebrae-SP
O Sebrae-SP anunciou nesta quinta-feira (28) as vencedoras da etapa paulista do Prêmio Mulher de Negócios. A empresária Rosângela Mazonas Fonseca, presidente da Coopersol (Cooperativa Regional Solidária de Catadores de Resíduos Sólidos), de Jales, foi a vencedora na categoria Negócios Coletivos. Após a conquista, Rosângela representará São Paulo na etapa nacional, que será realizada no próximo dia 07 de março em Brasília.
A secretária municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Sandra Gigante acompanhou Rosangela na cerimônia. “Mais que merecido este prêmio para esta jalesense empreendedora. Sabemos do empenho dos cooperados quando a prefeitura entrega o lixo reciclável. Nossa meta neste ano é buscar um lugar mais apropriado para eles, pois onde estão o espaço é pequeno e trabalham na chuva e no sol”, finalizou a secretária.
Sandra afirmou que já foi pedido mais um caminhão prensa e um “gaiola” para atender a demanda da Cooperativa. Até o ano passado a assistência à Coopersol pertencia à secretaria de Obras, Serviços Públicos e Habitação, depois de designação da prefeita Eunice Mistilides, ele passa a ter todo respaldo da secretaria municipal de Agricultura.
Hoje a Coopersol tem hoje 17 funcionários, sendo que 12 são mulheres. “As mulheres que querem começar seu próprio negócio e se tornarem empreendedoras não precisam ter medo. Basta ter força de vontade e um planejamento adequado”, afirmou Rosangela.
O objetivo do prêmio, que está na sua nona edição, é reconhecer e divulgar histórias de mulheres empreendedoras, donas de seu negócio ou integrantes de cooperativas e associações. A vencedora de Jales foi uma das 1.180 mulheres se inscreveram em todo o Estado, mais que o dobro do ano passado, que teve 527 inscrições. Ao todo foram 18 finalistas: 13 na categoria Pequenos Negócios, duas em Negócios Coletivos e três como Empreendedoras Individuais.
E a história de Rosangela é um exemplo para quem procura iniciar uma vida empreendedora. Em 2010, depois de deixar um emprego no comércio e tentar trabalhar com o marido como servente de pedreiro. Rosângela achou a construção civil uma tarefa pesada e resolveu migrar para a área de reciclagem. Assim, ela entrou para a Associação de Catadores que já existia na cidade, e pouco depois conseguiu transformá-la na Coopersol. “Eu descobri que, como cooperativa, o grupo teria mais oportunidades, a gente poderia fazer projetos e apresentá-los para conseguir mais verba”, conta ela, que foi eleita como a primeira presidente da instituição.
Hoje a Coopersol usa uma área de 720 metros quadrados, com um barracão para depósito, seleção e enfardamento do material. A Cooperativa trabalha com um caminhão cedido pela prefeitura – o motorista é cooperado –, que busca o material no comércio, e outro caminhão faz coleta nas residências em dias alternados. “Nós recolhemos de 50 a 60 toneladas por mês”, explica Rosângela, “a maioria é de papelão, uma média de 30 toneladas. O restante é principalmente isopor e vidro, já que as latinhas normalmente são recolhidas por coletores não cooperados. Quando a gente já tem uma boa quantidade estocada, eu ligo para as empresas que trabalham com a reciclagem e faço uma cotação. Nós poderíamos recolher talvez até o dobro, mas ainda não temos estrutura. Esperamos construir uma sede própria este ano.” O dinheiro da venda é distribuído entre os dezoito cooperados, a maioria mulheres. “A renda é boa, porque nenhum dos cooperados passou do ensino médio, aqui rende mais de um salário mínimo por mês, e nós ainda pagamos o INSS como autônomos”, conta Rosangela. “Trabalhamos uma média de 10 horas por dia, com o pessoal se revezando na seleção e no enfardamento.”
Perfil
Rosângela tem 40 anos, é casada pela segunda vez há 20 anos, tem dois filhos, um deles formado em Administração de Empresas. Ela nunca tinha tido experiência em administrar um negócio, mas pegou informações com o marido e hoje se sai tão bem que, segundo ela, o filho até brinca que ela já sabe mais que ele, que estudou. “No começo o preconceito foi muito grande, entre a família e os amigos. Mas aos poucos eles foram entendendo que a reciclagem é um negócio como outro qualquer, e com uma importância ecológica muito grande.” Tanto que ela já participou até de reuniões na Associação Comercial de Jales, foi convidada pela prefeitura para integrar um comitê de combate à dengue. Aos poucos, tornou-se referência na cidade: “Todo dia recebo ligações de pessoas pedindo para a gente recolher os resíduos em suas casas. Às vezes a pessoa pergunta se é ‘do lixo’, e eu respondo que não, é da Coopersol, Cooperativa de Coleta de Resíduos Sólidos. Aos poucos isso vai mudando. Os moradores de Jales estão se conscientizando da importância da reciclagem. O comércio também já enxerga a cooperativa como parceira, e às vezes a gente recolhe em lojas até 15 mil quilos de papelão.”
LEGENDA:
Foto empreendedora1: Sandra (Secretária de Agricultura da Prefeitura de Jales), Heder Donda (Ecoação), Dona Zenilda (Vice presidente da Coopersol), Edson Edgard Batista (Ecoação), José Henrique (Ecoação), Evelise Galbe (Coordenadora do Sebrae regional de Votuporanga) e Sergio Gromik (Diretor Regional do Sebrae)
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