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quinta-feira, 11 de abril de 2013



Roquinho fala em vingança e Itamar diz que emendas têm outro foco



  O deputado estadual Roque Barbiere (PTB) classificou como vingança o envolvimento de seu nome na Operação Fratelli. Ele credita o relacionamento ao fato de ter denunciado, em agosto de 2011, esquema de venda de emendas parlamentares por colegas na Assembleia Legislativa  de São Paulo, que está em apuração pelo Ministério Público. "Para mim, é vingança de quem eu denunciei na época, embora eu não tenha nominado ninguém", avalia.


  Roquinho afirma que a investigação deflagrada esta semana diz respeito a recursos distribuídos pelos ministérios das Cidades e do Turismo, onde diz nunca ter mantido contato. Porém, ele diz ter recebido, em seu gabinete, representantes da Demop e de construtora do Paraná, que também atuou na duplicação da rodovia Roberto Rollemberg, em Birigui. "Com esta empresa Demop eu tive contatos. Quando o Serra (ex-governador José Serra) autorizou a duplicação da Roberto Rollemberg, uma obra grande, tenho uma carta do secretário da Casa Civil da época dizendo que a meu pedido tinha autorizado a estrada. Aí, mudou o governo. Faltava tipo 6%, 7% para as empresas concluírem. Aí, como sabiam que, entre aspas, o pai da criança era eu, me procuraram para ver se concluíam a obra, que estava no final. O que eu fiz? Fui ao secretário de Transportes e ao novo superintendente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). Depois de muita reunião, o Estado decidiu concluir a obra com as mesmas empreiteiras que estavam aí. Esse pessoal me procurou e eu recebi no meu gabinete os representantes das duas. Não levei eles em lugar nenhum. Fui atrás de completar a minha obra. Esse trabalho eu fiz e esse contato eu tive", diz Roquinho.



  Já Itamar Borges (PMDB) garante que nunca destinou emendas para infraestrutura. "São sempre para entidades beneficentes, santas casas e programas de prefeituras destinados à população", garante. "Minhas emendas são, em média, de R$ 80 mil." O peemedebista, que foi prefeito de Santa Fé do Sul por 12 anos, disse que já beneficiou pelo menos quatro entidades de Votuporanga, cidade sede da Demop, e do empresário ligado a ela, com quem teria sido grampeado ao telefone.

Deputados da região tiveram contatos com investigados



Com atuação política na região de Araçatuba os deputados estaduais Roque Barbiere (PTB) e Itamar Borges (PMDB) confirmaram quarta-feira (10) contatos com empresa e empresários investigados na Operação Fratelli, desencadeada na última terça-feira (9) para combater esquema fraudulento de corrupção em licitações públicas que atinge cidades em 12 Estados brasileiros. Em entrevista à Folha da Região, por telefone, Roquinho e Itamar negaram, no entanto, participação em esquema que apura possível desvio de recursos públicos que pode ultrapassar a cifra de R$ 1 bilhão. 

  A operação desencadeada pelo Gncoc (Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas) teve a participação de Gaecos (Grupos Especiaisde Combate ao Crime Organizado) nos Estados e das polícias Federal, Civil e Militar. Os nomes de Roquinho e de Itamar vieram à tona após publicação de reportagem pelo jornal O Estado de S. Paulo, na qual ambos são relacionados ao direcionamento de emendas parlamentares para execução de obras de infraestrutura. O esquema, no caso, beneficiaria empresas participantes de processos licitatórios para contratação de serviços de pavimentação asfáltica. 

  A operação teve como ponto de partida cidades da região de São José do Rio Preto. Entre elas Votuporanga, onde fica a sede da Demop Participações Ltda, empreiteira responsável pela duplicação de um dos trechos da rodovia Roberto Rollemberg (SP-461), em Birigui, obra na qual Roquinho afirma ser o "pai da criança". No possível envolvimento com o esquema fraudulento, Roquinho e Itamar teriam sido flagrados em grampos telefônicos, conversando com pessoas que reforçariam a suspeita em torno de seus nomes

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