Páginas

segunda-feira, 11 de março de 2013


Ciclista atropelado tem braço decepado e atirado em rio

Atropelador jogou o braço do ciclista no Tamanduateí. O membro poderia ser reimplantado depois de algumas horas do acidente
Em protesto contra o acidente, ciclistas deitaram na Avenida Paulista e paralisaram o trânsito

Um estudante de Psicologia de 22 anos de idade atropelou na manhã de ontem um ciclista na avenida Paulista, na região central da cidade de São Paulo. O impacto fez com que o 

braço da vítima fosse decepado e jogado para dentro do carro. O motorista fugiu, atirou o membro no rio Tamanduateí e só então se entregou à Polícia.
O limpador de vidros David Santos Souza, 21, pedalava na área da ciclofaixa para chegar ao trabalho, quando foi atingido por volta das 5h30min pelo universitário Alex Siwek, que voltava de uma boate. Se Siwek não houvesse se desfeito do braço, que entrou pelo para-brisa do Honda Fit do pai do motorista, o membro poderia ser reimplantado passadas algumas horas após o acidente.
Até a noite, o braço não havia sido encontrado. Segundo a própria defesa do motorista, o atropelador ingeriu bebida alcoólica durante a noite. Na versão dele, quatro ou cinco cervejas. Testemunhas disseram à Polícia que Siwek dirigia em alta velocidade na Paulista e fazia zigue-zague nos cones que delimitam a ciclofaixa.

Àquela hora, a faixa para os ciclistas já havia sido montada, mas ainda não estava em operação e com monitoramento, que começa às 7 horas e funciona aos domingos. O motorista foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio doloso eventual, com intenção de matar, já que havia bebido; fuga do local do acidente; inovação do cenário, por se livrar do braço da vítima; e embriaguez ao volante. Até a noite, ele permanecia detido.

À Polícia, o estudante se negou a dar sua versão. Também se recusou a se submeter ao teste do bafômetro e de sangue. Mas, passou pelo exame clínico, cujo resultado deve ficar pronto amanhã ou terça. Segundo Pablo Naves Testoni, um dos advogados de Siwek, seu cliente não prestou socorro porque ficou com medo de ser agredido. Afirmou também que o motorista só viu o braço quando chegou em casa. Ficou atordoado e, então, decidiu jogá-lo no Tamanduateí, próximo à sua residência, na Zona Sul da capital. (das agências de notícias)

ENTENDA A NOTÍCIA

A vítima trabalhava há 10 meses na limpeza exterior de prédios. A bicicleta era seu meio de transporte pela cidade. Ele estava em observação até a noite deste domingo, sem saber que havia perdido o braço.

Saiba mais 
O atropelamento do ciclista, ontem, não foi o primeiro na avenida Paulista. Em janeiro de 2009, Márcia Prado morreu atropelada por um ônibus. Houve protestos e instalação de uma bike fantasma no local.

Em março de 2012, a bióloga Juliana Dias, 33, morreu atropelada por um ônibus próximo à estação Trianon do metrô. Sua morte levou à realização da Bicicletada Nacional, com pedaladas em 39 cidades brasileiras.



Nenhum comentário: