SP 247 - O PSDB tem tudo para voltar ao Palácio do Planalto em 2015, na avaliação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Basta que os tucanos se entendam. Em um discurso inflamado neste sábado, durante congresso estadual do PSDB paulista, FHC destacou que "o primeiro passo é a unidade". "Cansei de ver o PSDB dividido. Chega!", discursou o tucano, aos gritos, diante de uma plateia de dirigentes e militantes.
FHC lançou, junto com o presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra, há algumas semanas, o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. Desde então, Aécio ganhou espaço no PSDB paulista, ao ser lançado à presidência do partido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas o mineiro ainda enfrenta resistência do ex-governador José Serra, que não fala sobre o assunto desde as movimentações de Aécio por São Paulo -- Serra e Alckmin, aliás, não compareceram ao evento.
Para Fernando Henrique, "o Brasil precisa de um novo programa". "Estamos engasgados porque não fizemos o que tínhamos que fazer", discursou, criticando as gestões do PT. "Vamos juntos. Se fizermos isso, não tenho dúvida de que vamos vencer", garantiu. O ex-presidente falou por 22 minutos, no ponto alto de um encontro de quase nove horas.
Defesa e ataque
FHC iniciou sua intervenção defendendo seus dois mandatos, citando inclusive texto de recente documento da ONU sobre o Brasil: "O período em que o Brasil mais cresceu socialmente foi no meu governo". "O crescimento veio antes [dos governos do PT]. E por isso ganhamos duas vezes no primeiro turno. Ninguém mais fez isso no Brasil", disse.
Na sequência, o ex-presidente foi mais explícito nas críticas ao PT. "Não persegui, não fiz favores, não roubei", destacou, criticando a "política demagógica do governo federal", que fez o Brasil "perder a proeminência na América Latina". O tucano criticou ainda a paralisia na infraestrutura, problemas dos portos, aeroportos e estradas. "E isso tudo porque deram pra trás no que nós fizemos: leilões bem feitos", disse.
Carta de São Paulo
Durante o congresso, a direção estadual do PSDB aprovou a Carta de São Paulo, em que faz um diagnóstico dos problemas do País, reforça criticas ao governo petista e diz que o PSDB precisa "despertar o sentimento de mudança". "Ninguém conhece [o caminho] melhor do que nós", diz trecho do documento. Defensor, da candidatura Aécio, o deputado Sérgio Guerra fez uma rápida intervenção durante o evento: "A renovação da vida pública é uma palavra de ordem. Renovar o PSDB é indispensável"
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