Páginas

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Quase metade dos brasileiros está acima do peso

Quase metade dos brasileiros está acima do peso

Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde aponta que o número de pessoas que estão acima do peso passou de 42,7% em 2006, para 48,5% em 2011

O ministro Alexandre Padilha (centro) durante divulgação dos dados do Vigitel O ministro Alexandre Padilha (centro) durante divulgação dos dados do Vigitel (Ministério da Saúde / Divulgação)
Quase metade da população brasileira está acima do peso. Segundo dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira, o número de brasileiros acima do peso passou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, a proporção de obesos aumentou de 11,4% para 15,8%.

VOCÊ ESTÁ ACIMA DO PESO?
Para calcular o peso dos brasileiros, o Ministério da Saúde levou em conta o Índice de Massa Corporal (IMC). O índice usa dados como peso e altura para medir a quantidade de gordura no corpo e determinar se uma pessoa está no peso ideal (IMC entre 18,5 e 25), com sobrepeso (entre 25 e 30) ou obeso (acima de 30).
Clique aqui para calcular seu IMC
O levantamento, divulgado anualmente pelo Ministério, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física. A pesquisa coletou informações de mais de 54.000 pessoas, entrevistadas em 2011, nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal (veja os dados de obesidade e sobrepeso em cada capital).
Vídeo: Como perder peso
De acordo com a pesquisa, entre as pessoas com sobrepeso, os homens são a maioria. Mais da metade dos homens (52,6%) está acima do peso ideal — 44,7% das mulheres estão na mesma condição. O problema se agrava entre homens de 35 a 45 anos, período em que 63% deles estão acima do peso. Entre os homens de 18 a 24 anos, apenas 6,3% são obesos. Entre os de 25 e 34 anos, a frequência quase triplica (17,2%).
As capitais do Norte e do Nordeste são as que apresentam menores índices de excesso de peso e obesidade. "Homens com 12 ou mais anos de estudo apresentam maior grau de obesidade e de excesso de peso", diz Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde.
Pesquisa: Dietas da moda não servem para perder peso

Exercícios — Curiosamente, apesar de estar acima do peso, o brasileiro tem se exercitado mais. A prevalência dos inativos caiu de 15,6%, em 2006, para 14%, em 2011. Os homens são mais ativos: 39,6% se exercitam regularmente.  Entre as mulheres, a frequência é 22,4%. O sedentarismo, no entanto, tende a aumentar com o passar dos anos. Cerca de 60% dos homens entre 18 e 24 anos praticam exercícios físicos como forma de lazer, número que cai para 27,5% após os 65 anos.
Saúde do brasileiro – Além das informações sobre obesidade e sedentarismo, o Ministério levantou hábitos de saúde e alimentação dos brasileiros. Alguns são animadores. Segundo dados do Vigitel, houve uma redução na prevalência de fumantes, deixando o país pela primeira vez com índice abaixo dos 15%. O porcentual passou de 16,2%, em 2006, para 14,8%, em 2011. Os homens ainda fumam mais (18,1%) do que as mulheres (12%), mas são eles que lideram a redução do hábito: 25% dos homens declararam serem ex-fumantes.

A frequência de ex-fumantes é quase cinco vezes maior entre homens maiores de 65 anos (52,6%). Já entre as mulheres a queda acontece dos 55 aos 64 anos, chegando a 30% da população feminina.

O número de fumantes pesados, aqueles que fumam mais de 20 cigarros por dia, também teve queda. A proporção passou de 6,3%, em 2006, para 5,4%, em 2011. A prevalência de fumantes passivos no Brasil é de 11,8% nos domicílios e de 12,2% no ambiente de trabalho.

Mamografia — De acordo com o levantamento, a proporção de brasileiras que fizeram o exame subiu de 71,2%, em 2006, para 73,3%, em 2011. Nos últimos três anos, cerca de 80% das mulheres fizeram o exame de citologia oncótica (mais conhecido como papanicolau).

"A adesão aos exames de mamografia e a redução dos índices de tabagismo demonstra que o povo brasileiro adere às políticas de prevenção de saúde", disse Alexandre Padilha, ministro da saúde. "Se não quisermos chegar aos índices de obesidade dos Estados Unidos, agora é a hora de virar o jogo."
Alimentação — Entre os fatores de risco apontados para o excesso de peso estão o alto consumo de refrigerantes (cinco ou mais vezes por semana), carne rica em gordura e leite integral. Mais de 34% dos brasileiros comem em excesso carnes com gordura, 56,9%  bebe leite integral (rico em gorduras) regularmente e 69,1% consume feijão cinco ou mais vezes por semana.

O consumo de refrigerantes mais de cinco vezes por semana é comum entre 29,8% dos brasileiros. “A ingestão de refrigerante é um dado que deve ser observado com cuidado, porque existe uma tendência de substituição à água. Isso implica em uma maior ingestão de açúcar, por exemplo”, diz Barbosa.

A pesquisa revela que as mulheres comem mais frutas e hortaliças, enquanto os homens comem mais carne com excesso de gordura. Apenas 20,2% dos brasileiros ingere a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças. "Precisamos ter maior oferta de produtos industrializados saudáveis", disse Padilha.
Planilha obesidade capitais - Vigitel
 

Nenhum comentário: