Juliane Sacerdote_Brasília 247 – "É uma disputa artificial. Isso tudo vai cansar". Essa é a avaliação do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) sobre a antecipação das disputas entre pré-candidatos, tanto no campo nacional quanto no regional, para as eleições de 2014.
Ao Brasília 247, o parlamentar destacou que "nunca havia visto" um lançamento de campanha com quase 1 ano e meio de antecedência, "faltando quase metade do mandato" e candidatos já dizendo que vão participar de novas eleições "sem concluir" as promessas feitas ainda em 2010. Para Alencar, essa antecipação pode "cansar" os eleitores e destaca que essa "disputa artificial" não vai "se sustentar" nos próximos meses.
"É como se fosse o time no vestiário aquecendo com os jogadores sem saber quem são os titulares e já querendo começar o jogo. A torcida vai cansar e vai até vaiar", filosofou à reportagem.
Ainda de acordo com Chico Alencar, a antecipação se justificaria com a apresentação de projetos de governo e propostas para gerir o país, mas "nada disso apareceu ainda", o que para ele, seria "elementar" em uma disputa eleitoral.
"Nenhum candidatura se sustenta com tanta antecedência sem um programa, sem um projeto construído de forma coletiva. É apenas guerra de personalidades, frases de efeitos, ameaças e chantagens", detalhou o parlamentar.
Na avaliação de Alencar a disputa em nível nacional vai "acalmar" nos próximos dias, já que a presidente Dilma Rousseff "tem que governar e não fazer campanha". O mesmo, segundo ele, ocorre com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que "apenas ganhou espaço na mídia" ao subir na tribuna para criticar os 13 erros do PT.
Sobre o possível candidato pelo PSB Eduardo Campos, o parlamentar do PSOL classificou a situação como "exdrúxula", já que o comportamento do governador de Pernambuco é "dúbio". "De dia é governo e à noite é oposição. O político precisa de nitidez nos projetos, ter prioridades. O Eduardo não se sustenta nessa situação por muito tempo, já que não se assume como candidato [ao Palácio do Planalto]", disparou o parlamentar ao Brasília 247.
Rio de Janeiro
Chico Alencar faz a mesma avaliação para o que está ocorrendo no Rio de Janeiro, onde o PT lançou essa semana o nome do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado e entrou em conflito direto com PMDB, que já havia prometido a vaga para o atual vice-governador Luiz Fernando Pezão.
Mas o parlamentar faz uma ressalva: "é legítimo o PT lançar uma candidatura própria, depois de ter apoiado o [Sérgio] Cabral em duas eleições e ter se desfigurado por isso. O PT quer disputar com a fisionomia própria". Chico Alencar, no entanto, volta a falar da "falta de projetos" para o Rio de Janeiro e que, por enquanto, é um "debate sem propósito".
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