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terça-feira, 19 de março de 2013


PSC enquadra Feliciano após divulgação de vídeo

Bancada do partido na Câmara reclamou da exposição do parlamentar no comando da Comissão de Direitos Humanos. Em seu perfil no Twitter, deputado divulgou vídeo criticando adversários
A bancada do PSC na Câmara enquadrou nesta terça-feira (19) o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) por sua postura desde que assumiu o comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH). O motivo para os deputados pedirem explicações foi a divulgação de um vídeo, no perfil do parlamentar no Twitter, criticando adversários e afirmando renunciar a tudo para se manter na presidência do colegiado. Publicado no domingo no You Tube, ele já se aproxima de 260 mil visualizações.
“Foi uma conversa que temos que ter com a bancada. Não concordamos com esse tipo de vídeo e o compromisso que ele assumiu com a bancada foi de fazer um trabalho produtivo na comissão”, disse o líder do PSC na Câmara, André Moura (SE). De acordo com o deputado sergipano, a publicação do vídeo “não contribui em nada” para um trabalho produtivo na CDH. Os integrantes da bancada pediram para Feliciano não entrar em confronto com grupos contrários à sua eleição. “Ele foi orientado a trabalhar, produzir”, completou Moura.
Feliciano disse desconhecer o vídeo, apesar de ter sido retuitado várias vezes em seu perfil no Twitter. Depois da reunião, ainda afirmou a jornalistas não entender o porquê de ter sido visualizado tantas vezes. De acordo com o deputado, sua assessoria compartilhou o vídeo sem sua autorização. Ele foi postado no perfil da WAPTV Comunicação Comunicação, empresa que, entre seus clientes, tem o Pastor Feliciano.
Pastor e deputado Marco Feliciano
Aos integrantes da bancada, Feliciano limitou-se a dizer que o vídeo não foi produzido por ele e que foi retuitado sem autorização. Desde domingo, ele foi compartilhado com os seus 150 mil seguidores diversas vezes. A última por volta das 15h, quando a bancada do partido estava reunida para discutir a questão. “Perguntamos ao pastor Marco Feliciano e ele disse que não tinha nada a ver, que tomou conhecimento por meio da assessoria e entendemos que essa resposta já é suficiente”, completou Moura.

Com uma narração e trilha sonora dramáticas, o vídeo de quase nove minutos diz que "pelos corredores os deputados a favor da causa LGBT organizaram de forma obscura os protestos para coagi-lo a desistir".
As imagens mostram declarações de membros da comissão, principalmente do deputado e ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ). A narração segue afirmando que os discursos são "inflamados no preconceito contra cristãos".
Com manchetes de jornais que mostram agressões degays à heterossexuais ou a seus próprios companheiros, o vídeo insinua que o ativismo gay é um movimento violento.
A deputada Érika Kokay (PT/DF), o deputado Jean Wyllys e o ativista Marcio Retamero são chamados de "tendenciosos e agressivos" que visam à aprovação de leis como a legalização da maconha, a "liberalidade sexual, entre elas casamento de pessoas do mesmo sexo",a "pedofilia" (referência aos debates sobre descoberta da sexualidade na infância), regulamentação da prostituição e liberação do aborto.
Por fim, a narração afirma que "por isso, Marco Feliciano decidiu renunciar". Segundo o vídeo retransmitido pelo pastor, ele renuncia à sua "privacidade, noites de paz e sono tranquilo, momentos preciosos com a própria família a fim de não renunciar à Comissão de Direitos Humanos, para que sua família seja preservada".

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