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segunda-feira, 13 de maio de 2013


Acusação é ‘imaginação’ de testemunha, diz deputado

Tucano se defende e diz que não tem qualquer relação comercial com Olívio Scamatti - chefe da máfia que fraudava licitação na região
Tucano se defende e diz que não tem qualquer relação comercial com Olívio Scamatti - chefe da máfia que fraudava licitação na região(Fotógrafo Hamilton Pavam)
Mais uma da operação Fratelli traz detalhes de uma conversa entre o atual prefeito Juninho Marão e o chefe da Mafia do asfalto Olívio, onde segundo o que publicou o diário web Carlão Pignatari estaria trabalhando contra a cidade de Votuporanga, após uma tratativa de audiência entre Juninho e Edson Aparecido! Veja a noticia aqui:

O deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) atribuiu à “imaginação” de testemunha protegida pelo Ministério Público a acusação de que ele seria o sócio oculto da empresa Demop, uma das investigadas na operação Fratelli, que apura fraude em 78 prefeituras do Estado de São Paulo. O conteúdo do depoimento foi revelado pelo Diário na edição do último domingo. “A testemunha imaginou isso”, afirmou o deputado, sobre a acusação feita ao Ministério Público.

O tucano admitiu ontem, durante entrevista coletiva, que recebeu doação de campanha da Demop no valor de R$ 20 mil. Pelo valor, o parlamentar acredita que o alvo da denúncia é a própria empresa ligada ao Grupo Scamatti. “Acho que quem fez denúncia foi em cima da empresa. Adversários têm em todo o lugar. Têm pessoas que gostam e outras que não. Mas não tenho preocupação com isso. Não tenho vínculo comercial com a empresa e nunca recebi nada deles”, afirmou.

Preocupado com o envolvimento do seu nome nos grampos telefônicos captados pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de Rio Preto, o tucano promete fazer uma varredura na Procuradoria Geral de Justiça e no Tribunal de Justiça em busca de alguma investigação em curso que não seja do seu conhecimento. 

Ontem, Pignatari criticou o deputado estadual Itamar Borges que, nas interceptações telefônicas do Gaeco, se referiu ao chefe da Máfia do Asfalto, Olívio Scamatti, como “Carlão”. “Tem vários grampos das pessoas falando com o Olívio e citando o meu nome. Essas pessoas tem falar porque fizeram isso. O deputado Itamar. Acho que tem de perguntar para ele”, afirmou o parlamentar do PSDB. “Ele (Itamar) não tem essa liberdade comigo. Não tenho nada que falar com ele”, afirmou Carlão.

O tucano demonstrou irritação com Itamar. “Não tenho relacionamento de amizade. Somos companheiros de Assembleia. Não temos de nenhum tipo de relacionamento de grau de amizade, de ir na casa dele e ele ir na minha. Por isso, eu gostaria que ele fosse perguntado sobre isso. Por que ele fez essa brincadeira? A liberdade que ele tem com o Olívio eu não tenho”
Coplan 

Questionado pelo Diário sobre a conversa que manteve com Olívio, que continua preso no CDP acusado de fraude em licitação em Auriflama, sobre a possível compra da empresa Coplan, o deputado do PSDB afirmou que tudo não passou de “uma brincadeira de mau gosto.” “Se houve isso, que não me lembro, deve ter sido muito mais uma brincadeira. Não tenho nenhuma condição financeira e nem mesmo a Demop de comprar uma empresa como a Coplan. Não vejo dificuldade nenhuma de dizer que isso pode ter sido uma brincadeira de mau gosto”, afirmou Carlão. 

O tucano evitou comentar o motivo do desentendimento com o Olívio em agosto do ano passado. “Foi problema pessoal nosso. Não teve nenhum problema financeiro ou de cunho comercial. Tivemos uma desavença e não nos falamos desde agosto do ano passado”, disse Carlão ao comentar que o episódio não deve atrapalhar o seu projeto de reeleição. O deputado defendeu ontem a punição dos envolvidos no suposto esquema de fraude em licitação. Apesar de ter sido mencionado por testemunha como possível sócio da Demop, ele ressaltou que não é alvo de investigação pelo MP. 

Grampo revela desavença

Em janeiro deste ano, o atual prefeito de Votuporanga, Júnior Marão (PSDB), também foi flagrado em conversas com o chefão da Máfia do Asfalto, Olívio Scamatti, nas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF). O tucano, que é identificado no grampo como “Juninho”, pede a Olívio para intermediar reunião com o secretário da Casa Civil, Édson Aparecido (veja reprodução acima). 

“Juninho pergunta se ele (Aparecido) vai recebê-lo lá. Olívio diz que vai receber, mas quer avisar que esteve lá na quinta-feira para conversar com ele (Aparecido); e o amigo de Juninho (Carlão Pignatari) foi lá para desmanchar tudo, pediu para desmanchar tudo...”, consta em trecho do grampo.

A reunião teria como objetivo conquistar verbas para investimentos na cidade. Olívio chega a dizer ao prefeito que deveria ter “peitado” o deputado estadual. Em nota enviada ao Diário, Marão afirmou que “não tem conhecimento dos detalhes da investigação, nem dessas gravações, pois não é uma das partes investigadas e não teve acesso aos documentos”. 

“Em janeiro, houve uma conversa com Olívio Scamatti falando sobre uma possível reunião com o Chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, sobre recursos solicitados pelo deputado federal, João Dado, que é de Votuporanga, ao governo de São Paulo, para a construção de uma ponte”, afirmou Marão.

“O prefeito não tem nenhuma informação de que o deputado estadual possa ter atrapalhado esse projeto”, afirmou Marão. Carlão negou que tenha tentado atrapalhar tratativas de Marão junto ao governo. “O tanto que eu gosto da minha cidade você acha bloquear alguma coisa. Não fui fazer nenhum pedido intercedendo sobre loteamento. Não tenho nenhum tipo de envolvimento com isso.”

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