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sábado, 26 de janeiro de 2013


Dilma defende ligação terrestre entre 





portos e ferrovias de Brasil e Chile


Presidente falou após reunião com presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Ela participa neste sábado (26) de cúpula de países latinos e europeus.

Dilma ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera, após café da manhã de trabalho (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
Dilma ao lado do presidente chileno, Sebastián Piñera, após café da manhã de trabalho (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)



A presidenta Dilma Rousseff defendeu neste sábado (26), em Santiago do Chile, uma integração entre portos e ferrovias de Brasil e Chile. Ainda segundo a presidente brasileira, apesar de não haver fronteira entre os dois países, a região se beneficiaria com um corredor terrestre bioceânico, uma integração entre rodovias, ferrovias e portos para ligar o comércio do Atlântico e do Pacífico.
"E eu queria aqui me referir a dois temas que eu e o presidente Piñera tratamos, de forma intensa, inclusive o presidente Piñera providenciou um mapa, e nós discutimos longamente, numa reunião de trabalho, eu diria, e discutimos essa interligação que torna a nossa fronteira, os portos, todos os portos do Brasil – Santos, Paranaguá, enfim, todos os portos do Brasil – e todos os portos chilenos, fronteiriços. É isso que nós discutimos", disse ela.
A discussão sobre o projeto de um corredor terrestre ligando os dois países começou a ser discutida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva há quase dez anos.
Para Dilma, a interligação favoreceria, inclusive, o comércio com a Ásia. "Essa amizade sem limites vira, agora, uma amizade sem fronteiras também, e aí esse corredor interoceânico rodoviário e o corredor interoceânico ferroviário ligam dois elementos fundamentais do comércio do mundo: o comércio do Atlântico e o comércio do Pacífico que, obviamente, interage com a Ásia", argumentou.
A presidente frisou que há um "forte potencial" econômico entre os dois países. "É justamente porque nós não temos fronteira, mas estamos em dois oceanos, que a nossa relação de infraestrutura é estratégica."
Dilma durante declaração à imprensa ao lado do presidente do Chile (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)Dilma durante declaração à imprensa ao lado do presidente do Chile (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)
Ela também voltou a destacar a importância da maior cooperação entre países da região para que todos superem a crise financeira internacional.
“Em um mundo altamente globalizado e um mundo que vive uma conjuntura em que os temas da integração e da integração regional e do enfrentamento às dificuldades que as crises nos países desenvolvidos lançaram sobre o mundo, essa cooperação interregional, ela passa a ser um elemento fundamental para a superação e para a construção de um mundo que cresce, que distribui renda e que beneficia as suas populações”, disse.
Dilma Rousseff parabenizou o presidente Piñera pela coordenação da reunião de cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)  e a União Europeia, da qual participa nesta tarde. Dilma deverá ter reuniões, de acordo com informações do Planalto, com os presidentes do México e do Chile e também com a chanceler alemã, Angela Merkel.


O grupo pretende adotar um plano de ações para 2013 e 2014 voltado ao tema “Aliança para um desenvolvimento sustentável: promovendo investimentos de qualidade social e ambiental”, segundo o Planalto. De acordo com o Itamaraty, o fluxo comercial entre os países membros da CELAC e da UE registrou crescimento de 31,5% de 2007 a 2011, fechando em US$ 278,1 bilhões em 2011.
À noite, Dilma participa de um jantar oferecido pelo presidente Sebastián Piñera a todos os chefes de Estado presentes na cúpula. A data da volta da presidente ao Brasil não foi informada, mas deve ocorrer entre sábado e domingo, já que na segunda ela abre encontro com prefeitos eleitos em 2012.
Ditadura militar e diálogo
Durante a declaração à imprensa, Dilma também agradeceu o Chile por acolher pessoas que combatiam a ditadura militar no Brasil. Dilma foi perseguida e torturada durante o regime militar. "Muitos membros do meu governo viveram aqui no período da ditadura militar no Brasil e, por isso, nós sabemos que os nossos laços, além desses e de todos os históricos que nos unem, eles estão muito além de simplesmente laços econômicos e, sobretudo, são relativos a laços humanos, a laços pessoais."
Ela citou, no discurso, que os países latinos conseguem resolver os conflitos através do diálogo. A presidente vem criticanto constantemente a tentativa de resolução de conflitos por meio de ações armadas, como no caso da Síria e do Mali. Segundo Dilma Rousseff, a América Latina é "símbolo para o resto do mundo".
"Nós vivemos numa região do mundo onde nós não temos conflitos étnicos, nós não temos guerras e nós resolvemos os nossos conflitos através do diálogo. Isso torna construir essa área de harmonia na nossa região uma questão relevante, uma questão que eu acho que se torna até símbolo para o resto do mundo."

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